23 agosto 2006

O Costa do Benfica

Afinal jogar à bola é simples. É fácil. A bola é leve, redonda, desliza com perfeição. Vai cair exactamente no sítio em que pretendemos. Vai direitinha. Chega em bom estado. Chega bem tratada, sem gemer, como se lhe pudessemos adivinhar um enorme sorriso que lhe percorre toda a superfície esférica. Assim sim.
Mas mais importante que o jogo que deu a qualificação do Benfica para a Liga dos Campeões, mais importante que o 4-2-3-1 transformado em 4-4-3 ou em 4-1-1-3-1, mais importante que o losango com variações para quadrado, mais importante que as transições ofensivas, mais importante que o processo de recuperação defensiva é saber mexer na bola. E nisso este senhor é mestre.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda mexe, agoniza no chão da senzala, retorce-se numa luta viril contra um fim anunciado, os pés calejados da roça, a pele escura do sol são abafados pelo sorriso da liberdade ... Rui Costa é um escravo do futebol, como todos são no final da carreira, cairá na realidade nua e crua da fuga para a liberdade, morrerá na praia de uma ilha, não de quem chega mas de quem parte, impossibilitado de chegar ao mar, de embarcar numa viagem que leve o seu Benfica mais longe, que o transporte nas ondas do sonho até um qualquer título que jugo muito improvável.
O menino da Damaia pertence aos que jogando pouco ou muito cativam o público, agarram a câmara; dele nunca vi um génio, muito bom sem dúvida, mas longe de um Figo ou mesmo de um fabuloso mas esquecido Futre. Jogou num clube de segunda linha, num Boavista italiano, os seus grande títulos vieram tarde patrocionados por outras vedetas.
Reconheço-lhe o coração, a força de vontade e acima de tudo o seu amor ao Benfica, honesto nunca mentiu, voltou! tarde, mas em boa hora, cumpriu a promessa. Ainda existem senhores no mundo da bola, fico feliz pelo futebol.
Ainda havemos de ter derbies no domingo à tarde, no calor do sol, Rui Costa não estará mais nos relvados mas quem sabe outros virão, aguardamos por outros mitos para que possam esgrimir com os nossos moutinhos, nanis e companhia, na ingenuidade que o dinheiro não nos leve a ilusão do futebol para outros campeonatos.

Anónimo disse...

Ora, resumindo, e retirando o relevante do comentário ao blog foi que "O Rui Costa está gasto e arrasta-se pelo campo. Nada como o Futre, que era um génio do futebol. Podemos começar por aí mesmo: acha mesmo que o Rui Costa e o Futre nem sequer merecem figurar na história do futebol português como sendo jogadores, no mínimo, do mesmo estatuto? Um é bonzinho, e o outro fabuloso?

Assim até começo a achar que todo o texto se deve a um factor: a verdade é que o Rui Costa regressou, enquanto que vocês bem chamam pelo Figo, mas ele prefere outros pomares! Ai estas invejas!!

Anónimo disse...

Na realidade não entendo sequer que o Figo interesse ao Sporting como jogador, sabendo que ganharia mais do dobro do Liedson. Enquanto espectador interessa-me sim uma nova geração de jogadores, idolos do futuro, esses é que entendo de agarrar o maior tempo possível, evitando no futuro a festinha saloia do regresso do emigrante à terrinha que o viu nascer (comum a todos os clubes).

“Inveja”, qual ? o narcisismo à Benfica tem destas coisas...
Sobre o Futre, Bola de Prata (Segundo melhor jogador de Europa, 1987) ultrapassado apenas por um tipo chamado Gulit!...um degrau acima! ..no mínimo!, opiniões são livres, mas só mesmo a Mãe do Rui Costa é que deve pensar o contrário!

Ainda sobre o Luís Figo, os espanhóis e que sabem: ..”pesetero”!

Anónimo disse...

Para tempos diferentes, comparações diferentes... não acho que devamos comparar Futre e Rui Costa pelos prémios ganhos, porque não coexistiram enquanto jogadores grandemente reconhecidos... mas gostei do seu comentário! Então quer dizer que não gostaria de ver o Figo retornar a "casa" por não valer o que ganha?