26 dezembro 2006

Na Rota das Tascas 14

Mais do que uma tasca este é um local de culto e de convívio para os autênticos homens do Sado. Aqui discute-se a pesca com o mesmo entusiamo com que se comenta a carreira do homem mais famoso da terra. Sim, porque em Stamford Bridge ninguém conhece Bocage e Todi é chocolate para pôr no leite dos meninos. Nome? Não tem. É um autêntico barracão onde outrora se guardava barcos e hoje, com mesas corridas e um balcão de madeira, se vende copos de vinho e mines juntamente com iscos e engodo. Fica nas Fontaínhas junto ao viaduto que leva ao ferry. Imperial? Nem máquina tem porque aqui a tradição é para manter e "essa coisa de meter gás na cerveja é para enganar os tolos". Estórias? Contam-se muitas. Dos primeiros passos do filho do Félix e do Manel de Sarilhos que o veio buscar para adjunto. Do Palmelão e do Zé do Boné que explicam, em parte, as ligações que estes vitorianos sempre tiveram e continuam a ter com os do Norte. Esta malta é que a sabe toda e o resto são apitos dourados.

21 dezembro 2006

Natal

A todos os amigos, comentadores e visitantes deste espaço de convívio e de escárnio um Feliz Natal.
O Besouro

13 dezembro 2006

Ansiosos por fazer deste Porto campeão

"Sempre que, durante um jogo, o Jorge Nuno achava que o árbitro tinha prejudicado o FC Porto, ligava ao senhor José António Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem, que lhe atendia o telefone, começando por manifestar a sua indignação perante a incompetência do árbitro, mas acabando sempre por marcar um jantar para fazer as pazes".
Carolina Salgado in "Eu, Carolina"

Unidos para vencer

Então, alegadamente, Pinto da Costa, "com as suas ligações ao submundo", disse a Carolina quem é que ela deveria contratar para bater no vereador."Explicou-me como deveria actuar, pagando metade do preço à entrada eoutra metade à saída, ou seja, antes e depois da agressão. O serviço custava 10 mil euros, dinheiro que me entregou sempre em notas e que retirou de uma grande gaveta da cómoda do nosso quarto, na Madalena, gaveta que, para meu espanto, estava sempre a abarrotar de dinheiro vivo", lembra. Depois de Ricardo Bexiga ter sido agredido, Carolina Salgado teve um rebate de consciência, tendo desabafado o seu arrependimento com Lourenço Pinto, que teve uma tirada deliciosa."Oh, minha querida, mas ele ficou a falar!", ao que Carolina respondeu: "Mas eles partiram-no todo." Lourenço Pinto não modificou o discurso: "Sim, mas ficou a falar."
Carolina Salgado in "Eu, Carolina"

Ai estes são os filhos do Dragão...

"Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte eram visitas de nossa casa, sempre trazidos pelo António Araújo. Por ser muito cuidadoso, Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de o fazer, visto que eles iam lá acasa para confraternizar. Eram levados pelo empresário António Araújo,bebiam café e comiam chocolatinhos. O Araújo funcionava como uma ponte entre o Jorge Nuno, o Reinaldo e os árbitros, disponibilizando-lhes simpatias, tais como raparigas e outros bens."
Carolina Salgado in "Eu, Carolina"

11 dezembro 2006

A Carolina, os chocolates e o Katsouranis

Eu até gostaria de falar da Carolina e dos chocolates mas hoje só me lembro do Katsouranis. Quando o Katsouranis conseguir fazer um passe para a frente talvez eu consiga falar da Carolina e voltar a comer chocolates.

07 dezembro 2006

A imagem da noite

Embora não tenham havido golos, como convinha a ambos, veio do Dragão a imagem da noite.

E já depois do jogo acabar.
Uma imagem que mistura a saudade dos guarda redes dos anos 70, como Zé Beto, Tibi ou Botelho, e a sempre presente tradição indumentária alentejana. Só faltou o palito no canto da boca do Hélton para a imagem ser perfeita.
A bela da bóina, que Pedroto imortalizou como sua imagem de marca, voltou ontem ao Dragão. Para onde iria o Hélton depois do jogo?

Deu para sonhar.

Por momentos ainda acreditámos que seria possível repetir Anfield Road mas cedo se percebeu a falta que faz mais um Simão. Um jogador que procure a bola que não se esconda e que assuma o jogo. E esse jogador não é Katsouranis. Nem Petit a quem sobeja em voluntarismo o que lhe falta em técnica individual. O que fez mesmo falta foi um jogador com o talento de um Rui Costa que pegasse no jogo e que fizesse a ligação que faltou entre um meio campo que, depois do golo, nunca conseguiu colocar a bola no chão e um ataque sempre mal servido. Agora há que levantar a cabeça e começar a trabalhar para que para o próximo ano haja mais Champions League.

05 dezembro 2006

O caminho para a vitória.

From the Clockwise M60 (increasing junction numbers):Leave the Motorway at Junction 7 to join the A56 Manchester bound. Remain on the A56 following the signs for Manchester United. Turn left into Sir Matt Busby Way. Car parking is on the right in front of the stadium. From the Anti-clockwise M60 (decreasing junction numbers):Leave the M60 at Junction 9 and join Parkway (A5081) towards Trafford Park. At the first island take the 3rd exit onto Village Way and remain on this road until the next island (controlled by traffic lights). At this island take the second exit and then join Wharfside Way. Turn right at the junction with Sir Matt Busby Way, car parking is on the left in front of the stadium.

03 dezembro 2006

Quem ama assim tanto um clube...

Pérola ou Vergonha 5 - O Eléctrico

Há muito tempo que não ando de eléctrico. Mas fui, durante muitos anos, cliente fiel e assíduo destas autênticas tertúlias móveis. Porque o eléctrico em si mais do que um meio de transporte era um espaço de convívio e de novos contactos. Cada carreira tinha a sua clientela, os seus adeptos, e mudar de um 28 para um 25 era algo de acintoso e uma grande falta de consideração.
Sempre tive o guarda freio como uma referência cuja admiração só era comparável a um Bento ou um Chalana. Era a profissão que todos queríamos depois de percebermos que não tinhamos grande jeito para a bola. Na ausência da Floribela todos queríamos imitar o guarda freio. Em vez de irmos ao espectáculo do Noddy íamos para o Alvito experimentar aquele eléctrico que lá estava. No Natal em vez do DVD dos D'zrt recebíamos um eléctrico amarelo de ferro, geralmente o 28 Graça-Prazeres, se bem que o meu favorito sempre foi o 29 Estrela-Gomes Freire. O 25 também era catita se bem que mais modesto. Era daqueles tipo pão de forma. Era o Estrela-Príncipe Real. Depois havia o 15, burguês, mais comprido que todos os outros e que vinha do Cais do Sodré para ir para a Cruz Quebrada. Era já um eléctrico suburbano e olhado com desconfiança sempre que se cruzava com os outros ali para os lado de Santos.
Para o guarda freio uma recta era um momento alto. Um momento de superação. Então no 29 a recta da Buenos Aires era a loucura. Depois de quase 20 minutos a subir a Rua de São Domingos em passada de tractor mal dava a curva junto à Rua de São Caetano e se desvendava a Rua de Buenos Aires, uma recta de quase 500 metros, o guarda freio olhava em redor para uma assistência em suspense e com aquele ar de "o único que tem mãos para isto sou eu" atacava ferozmente o manípulo e toca a mexer. Chegava a atingir os 40 Km/h. Este prazer incontido só era quebrado quando algum energúmeo lhe estragava os planos estacionando o carro e impedindo a sua passagem. Aí o guarda freio, através de um movimento brusco batia com o pé no chão pressionando violentamente a alavanca que accionava a campainha que servia de buzina. Estava estragado o dia.
Com a modernização do sector e a evolução da máquina perderam-se algumas das pérolas que faziam do eléctrico amarelo de bancos verdes cuidadosamente forrados e bem almofadados, revestimentos interiores a madeira, um verdadeiro luxo.
Uma delas era o facto de não ter portas fazendo da cabina do guarda freio um local de culto. Todos lá queriam ir. Todos iam em pé, inclusivamente o próprio guarda freio, e de vez em quando lá era necessário pegar na agulha, um engenho tipo pé de cabra, saltar para a linha e enfiar a gulha no carril para mudar de direcção. Esta tarefa era quase sempre monopolizada por cauteleiros, uma profissão de destaque na cabina e que eram os mais rápidos a deitar a mão à agulha. Todos se conheciam, todos se cumprimentavam, todos se despediam e prometiam voltar amanhã. Eram outros tempos mas eram grandes momentos.

02 dezembro 2006

Com tranquilidade...

A grande questão é esta. Os adeptos do Benfica só falam do seu clube enquanto os adeptos dos outros clubes só falam do Benfica. Mesmo quando perdem com o Benfica teimam em continuar a falar do Benfica ao invés de tentarem perceber porque perderam.
Como não houveram casos também não é possível arranjarem-se desculpas. Como não houveram grandes oportunidades de golo também não se poderão queixar de falta de sorte. Poderá ter sido o golo madrugador mas como o árbitro já tinha apitado para o início do jogo quando o golo aconteceu também não é por aí. Provavelmente seria mais proveitoso tentarem perceber porque é que o Ricardo Rocha cabeceou sózinho ou porque é que era o Custódio que estava naquele lado a tentar defender contra o Simão.
Questões à parte o Benfica foi, efectivamente, melhor ontem à noite.