26 dezembro 2006

Na Rota das Tascas 14

Mais do que uma tasca este é um local de culto e de convívio para os autênticos homens do Sado. Aqui discute-se a pesca com o mesmo entusiamo com que se comenta a carreira do homem mais famoso da terra. Sim, porque em Stamford Bridge ninguém conhece Bocage e Todi é chocolate para pôr no leite dos meninos. Nome? Não tem. É um autêntico barracão onde outrora se guardava barcos e hoje, com mesas corridas e um balcão de madeira, se vende copos de vinho e mines juntamente com iscos e engodo. Fica nas Fontaínhas junto ao viaduto que leva ao ferry. Imperial? Nem máquina tem porque aqui a tradição é para manter e "essa coisa de meter gás na cerveja é para enganar os tolos". Estórias? Contam-se muitas. Dos primeiros passos do filho do Félix e do Manel de Sarilhos que o veio buscar para adjunto. Do Palmelão e do Zé do Boné que explicam, em parte, as ligações que estes vitorianos sempre tiveram e continuam a ter com os do Norte. Esta malta é que a sabe toda e o resto são apitos dourados.

21 dezembro 2006

Natal

A todos os amigos, comentadores e visitantes deste espaço de convívio e de escárnio um Feliz Natal.
O Besouro

13 dezembro 2006

Ansiosos por fazer deste Porto campeão

"Sempre que, durante um jogo, o Jorge Nuno achava que o árbitro tinha prejudicado o FC Porto, ligava ao senhor José António Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem, que lhe atendia o telefone, começando por manifestar a sua indignação perante a incompetência do árbitro, mas acabando sempre por marcar um jantar para fazer as pazes".
Carolina Salgado in "Eu, Carolina"

Unidos para vencer

Então, alegadamente, Pinto da Costa, "com as suas ligações ao submundo", disse a Carolina quem é que ela deveria contratar para bater no vereador."Explicou-me como deveria actuar, pagando metade do preço à entrada eoutra metade à saída, ou seja, antes e depois da agressão. O serviço custava 10 mil euros, dinheiro que me entregou sempre em notas e que retirou de uma grande gaveta da cómoda do nosso quarto, na Madalena, gaveta que, para meu espanto, estava sempre a abarrotar de dinheiro vivo", lembra. Depois de Ricardo Bexiga ter sido agredido, Carolina Salgado teve um rebate de consciência, tendo desabafado o seu arrependimento com Lourenço Pinto, que teve uma tirada deliciosa."Oh, minha querida, mas ele ficou a falar!", ao que Carolina respondeu: "Mas eles partiram-no todo." Lourenço Pinto não modificou o discurso: "Sim, mas ficou a falar."
Carolina Salgado in "Eu, Carolina"

Ai estes são os filhos do Dragão...

"Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte eram visitas de nossa casa, sempre trazidos pelo António Araújo. Por ser muito cuidadoso, Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de o fazer, visto que eles iam lá acasa para confraternizar. Eram levados pelo empresário António Araújo,bebiam café e comiam chocolatinhos. O Araújo funcionava como uma ponte entre o Jorge Nuno, o Reinaldo e os árbitros, disponibilizando-lhes simpatias, tais como raparigas e outros bens."
Carolina Salgado in "Eu, Carolina"

11 dezembro 2006

A Carolina, os chocolates e o Katsouranis

Eu até gostaria de falar da Carolina e dos chocolates mas hoje só me lembro do Katsouranis. Quando o Katsouranis conseguir fazer um passe para a frente talvez eu consiga falar da Carolina e voltar a comer chocolates.

07 dezembro 2006

A imagem da noite

Embora não tenham havido golos, como convinha a ambos, veio do Dragão a imagem da noite.

E já depois do jogo acabar.
Uma imagem que mistura a saudade dos guarda redes dos anos 70, como Zé Beto, Tibi ou Botelho, e a sempre presente tradição indumentária alentejana. Só faltou o palito no canto da boca do Hélton para a imagem ser perfeita.
A bela da bóina, que Pedroto imortalizou como sua imagem de marca, voltou ontem ao Dragão. Para onde iria o Hélton depois do jogo?

Deu para sonhar.

Por momentos ainda acreditámos que seria possível repetir Anfield Road mas cedo se percebeu a falta que faz mais um Simão. Um jogador que procure a bola que não se esconda e que assuma o jogo. E esse jogador não é Katsouranis. Nem Petit a quem sobeja em voluntarismo o que lhe falta em técnica individual. O que fez mesmo falta foi um jogador com o talento de um Rui Costa que pegasse no jogo e que fizesse a ligação que faltou entre um meio campo que, depois do golo, nunca conseguiu colocar a bola no chão e um ataque sempre mal servido. Agora há que levantar a cabeça e começar a trabalhar para que para o próximo ano haja mais Champions League.

05 dezembro 2006

O caminho para a vitória.

From the Clockwise M60 (increasing junction numbers):Leave the Motorway at Junction 7 to join the A56 Manchester bound. Remain on the A56 following the signs for Manchester United. Turn left into Sir Matt Busby Way. Car parking is on the right in front of the stadium. From the Anti-clockwise M60 (decreasing junction numbers):Leave the M60 at Junction 9 and join Parkway (A5081) towards Trafford Park. At the first island take the 3rd exit onto Village Way and remain on this road until the next island (controlled by traffic lights). At this island take the second exit and then join Wharfside Way. Turn right at the junction with Sir Matt Busby Way, car parking is on the left in front of the stadium.

03 dezembro 2006

Quem ama assim tanto um clube...

Pérola ou Vergonha 5 - O Eléctrico

Há muito tempo que não ando de eléctrico. Mas fui, durante muitos anos, cliente fiel e assíduo destas autênticas tertúlias móveis. Porque o eléctrico em si mais do que um meio de transporte era um espaço de convívio e de novos contactos. Cada carreira tinha a sua clientela, os seus adeptos, e mudar de um 28 para um 25 era algo de acintoso e uma grande falta de consideração.
Sempre tive o guarda freio como uma referência cuja admiração só era comparável a um Bento ou um Chalana. Era a profissão que todos queríamos depois de percebermos que não tinhamos grande jeito para a bola. Na ausência da Floribela todos queríamos imitar o guarda freio. Em vez de irmos ao espectáculo do Noddy íamos para o Alvito experimentar aquele eléctrico que lá estava. No Natal em vez do DVD dos D'zrt recebíamos um eléctrico amarelo de ferro, geralmente o 28 Graça-Prazeres, se bem que o meu favorito sempre foi o 29 Estrela-Gomes Freire. O 25 também era catita se bem que mais modesto. Era daqueles tipo pão de forma. Era o Estrela-Príncipe Real. Depois havia o 15, burguês, mais comprido que todos os outros e que vinha do Cais do Sodré para ir para a Cruz Quebrada. Era já um eléctrico suburbano e olhado com desconfiança sempre que se cruzava com os outros ali para os lado de Santos.
Para o guarda freio uma recta era um momento alto. Um momento de superação. Então no 29 a recta da Buenos Aires era a loucura. Depois de quase 20 minutos a subir a Rua de São Domingos em passada de tractor mal dava a curva junto à Rua de São Caetano e se desvendava a Rua de Buenos Aires, uma recta de quase 500 metros, o guarda freio olhava em redor para uma assistência em suspense e com aquele ar de "o único que tem mãos para isto sou eu" atacava ferozmente o manípulo e toca a mexer. Chegava a atingir os 40 Km/h. Este prazer incontido só era quebrado quando algum energúmeo lhe estragava os planos estacionando o carro e impedindo a sua passagem. Aí o guarda freio, através de um movimento brusco batia com o pé no chão pressionando violentamente a alavanca que accionava a campainha que servia de buzina. Estava estragado o dia.
Com a modernização do sector e a evolução da máquina perderam-se algumas das pérolas que faziam do eléctrico amarelo de bancos verdes cuidadosamente forrados e bem almofadados, revestimentos interiores a madeira, um verdadeiro luxo.
Uma delas era o facto de não ter portas fazendo da cabina do guarda freio um local de culto. Todos lá queriam ir. Todos iam em pé, inclusivamente o próprio guarda freio, e de vez em quando lá era necessário pegar na agulha, um engenho tipo pé de cabra, saltar para a linha e enfiar a gulha no carril para mudar de direcção. Esta tarefa era quase sempre monopolizada por cauteleiros, uma profissão de destaque na cabina e que eram os mais rápidos a deitar a mão à agulha. Todos se conheciam, todos se cumprimentavam, todos se despediam e prometiam voltar amanhã. Eram outros tempos mas eram grandes momentos.

02 dezembro 2006

Com tranquilidade...

A grande questão é esta. Os adeptos do Benfica só falam do seu clube enquanto os adeptos dos outros clubes só falam do Benfica. Mesmo quando perdem com o Benfica teimam em continuar a falar do Benfica ao invés de tentarem perceber porque perderam.
Como não houveram casos também não é possível arranjarem-se desculpas. Como não houveram grandes oportunidades de golo também não se poderão queixar de falta de sorte. Poderá ter sido o golo madrugador mas como o árbitro já tinha apitado para o início do jogo quando o golo aconteceu também não é por aí. Provavelmente seria mais proveitoso tentarem perceber porque é que o Ricardo Rocha cabeceou sózinho ou porque é que era o Custódio que estava naquele lado a tentar defender contra o Simão.
Questões à parte o Benfica foi, efectivamente, melhor ontem à noite.

29 novembro 2006

Um senhor Leitão

Ali para os lados da estrada de Paço de Arcos fica o melhor leitão à Bairrada de Lisboa. Assado em forno a lenha e num aproveitamento dos fornos comunitários existentes no passado, onde a população cozia o seu pão, nasce um restaurante que faz jus ao nome: Fornos do padeiro.
O bacalhau com broa também tinha óptimo aspecto. A repetir.

27 novembro 2006

O Fanã

Chegou de Harley. Ou melhor de trotinete com a bandeira da Harley. Lenço na cabeça, um bonito estampado xadrez com o galo de Barcelos, e óculos à Top Gun. É ele. É o Fanã.
O Fanã é estilo e veio-nos falar da sua viagem pelo país e da forma como descobriu outros talentos. O António Almerindo (Toni) que tocava viras no Minho e o Carlos João (Cajó) baladeiro da Rua Augusta. Descobriu também a Sofia em Porto Côvo antes de ver Deus junto à ilha do pessegueiro.
Já foi a Terra, o Jeremias, contou a Lenda de São Martinho e ontem à tarde foi o Fanã.
A sua legião de pequenos seguidores traja a rigor com o obrigatório e indispensável lenço xadrez libertando o fanã que existe em cada um deles.

25 novembro 2006

Aposto em mim

Eu não me importo de ganhar dinheiro. Até é giro. Dá para pagar umas coisas. Mas dinheiro fácil não me parece muito bem. Ficamos com aquela sensação de ilegalidade e para quem não está habituado custa um bocado. Não é que não nos habituemos mas leva o seu tempo.
A liga portuguesa vive um momento em que é fácil ganhar dinheiro. Tão fácil que até chateia. A lei das probabilidades sai alterada porque não é introduzida a variável "não me estou para chatear muito". Ou dito de outra forma: andarão os senhores do apito a jogar por fora?
Os 3 grandes venceram com maior ou menor dificuldade mas sempre com aquela sensação que, mais tarde ou mais cedo, acabariam por ganhar. Benfica e Porto asseguraram cedo a sua vitória, um ajudado por uma expulsão que a acelerou o outro com uma olegária habilidade de quem leva a candeia que ilumina duas vezes. Já o Sporting teve maior dificuldade mas o Costa mais velho lá viu uma falta arrancada por aquele a quem Mourinho chamou enganador.
E assim vão os dias do nosso futebolzinho.

24 novembro 2006

Na próxima semana: As viagens do Fanã

Em estreia mundial. A expectativa é grande. O Fanã está de volta. Domingo, às 11 horas na Escola Básica de Monte Abraão. E o besouro vai lá estar. A partir de segunda feira no Besouro de Ouro: Toda a história do aguardado regresso do Fanã.

23 novembro 2006

Andam a matar a tasca

Este novo equipamento, lançado pela Superbock, ameaça seriamente a sobrevivência da tasca. Depois da televisão nos ter posto o futebol em casa agora só faltava a Superbock nos colocar a imperial.

22 novembro 2006

Aqueles 2 pontos perdidos

No inicio de Setembro, neste post, apontei os 9 pontos como meta para a qualificação para a segunda fase da Liga dos Campeões. O Benfica conseguiu 7 e para se qualificar vai necessitar de mais 3. Isto porque quer o Celtic, quer o Manchester United já têm 9.
Com os 2 pontos de Copenhaga, que agora já sabemos que foram perdidos, o Benfica somaría os tais 9 pontos e partíria com o Celtic e Manchester para a última jornada em igualdade pontual "bastando" empatar em Manchester ou fazer o mesmo resultado que o Celtic.
Assim resta ganhar. O que até poderá nem ser mau de todo pois normalmente quando os rapazinhos jogam para empatar levam 3.

11 novembro 2006

10 novembro 2006

Perguntar não ofende

Face ao bom desempenho conseguido no Beira Mar, 6 pontos em 27 possíveis, o seu treinador, Augusto Inácio, foi contratado pelos gregos do Ionikos. O treinador do Braga, Carlos Carvalhal, descontente com a prestação da equipa, a lutar pela qualificação na fase de grupos da UEFA, demite-se e assina pelo Beira-Mar, a lutar por não descer na Liga portuguesa.
Quanto pagou o Rogério Gonçalves por tudo isto?

04 novembro 2006

Conturnar ou não conturnar, eis a questão...

Esta rotunda fica no centro de Unhais da Serra e é fantástica. Por vários motivos. O primeiro é porque fica fora da estrada. O que dá sempre jeito. A estrada principal passa à direita na foto. Ora para quem se depara com esta rotunda do seu lado esquerdo, na berma da estrada, fica surpreso mas continua o seu caminho como se ela não existisse. Agora quem vem de lá para cá, na outra faixa, o dilema é interessante. Continuar na sua mão ignorando-a e desrespeitando o código da estrada ou conturná-la conforme a sinalética que o obriga a tal?
A questão prevê bastante discussão porque não creio que o código de estrada preveja a possibilidade de uma rotunda de berma de estrada o que é uma lamentável lacuna do próprio código.

Na Rota das Tascas 13

O Gaspar é de Panascos. O que, à primeira vista, não será motivo de grande orgulho. Perguntar ao Gaspar de onde é poderá até ser algo embaraçoso. Mas este Gaspar não tem desses problemas e a prova está nesta tasca.
Em primeiro lugar o panorama é muito mais interessante dentro do balcão do que cá fora. E depois à porta joga-se à malha. O que, nos dias de hoje, é sempre de louvar. E, só por isso, os panasquences já deveriam estar de parabéns.
Mas mais do que uma tasca este lugar é um ponto de encontro obrigatório para quem vem a Panascos. Aqui há de tudo. O indispensável ecran gigante, sempre ligado na SportTV, independentemente do jogo que estiver a dar, duas ou três pessoas encostadas ao balcão e a natural e sempre fresca mine.
Para os mais desatentos convêm chamar a atenção para o bonito mosaico decorativo, tipicamente nacional, que adorna a entrada e nos dá as boas vindas.
Para os mais curiosos Panascos é um lugar da freguesia de Alcaravela, concelho do Sardoal.

30 outubro 2006

Pérola ou Vergonha 4 - A cola Cisne

Lembram-se disto? Eu já não me lembrava. Mas há dias dei de cara com ela. A famosa cola cisne. Quantos cromos não colámos com a pázinha verde que barrava aquele creme pastozo que, de vez em quando, empedrava e tinhamos que o comprimir com o dedo em cima da pá para o poder espalhar. Quantas colecções foram feitas por este frasquinho de cola para barrar. No tempo em que as cadernetas ganhavam volume consoante o número de cromos que lá estavam colados, ou melhor, consoante a quantidade de cola cisne que acumulavam.
Para os mais saudosistas ainda é possível encontrar aqui um frasquinho destes de 200 grs. de cola por 1.65 €. Um achado, uma pérola, uma autêntica peça de museu.

27 outubro 2006

Na Rota das Tascas 12

Ter uma tasca chamada Luis em Barcelona pode ter sido um bocado problemático por alturas da mudança de século. E se esta tasca vendesse figos secos, daqueles que acompanham a perceito uma boa aguardente velha, aquecida pelas brasas de uma lareira, nas noites longas de inverno, então o problema poder-se-ia ter transformado em catástrofe.
Vale que este Bar Bodega chama-se simplesmente Luis, a personagem de cabelos brancos que está por detrás do Balcão e que já nem aceita pesetas. ´
Catita, esta tasca difere da anterior porque aqui o vinho e os licores suplantam a cerveja. Minis é coisa que nem sabem o que é mas também não fazem falta tão vasta é a oferta líquida que por aqui prolifera. O que demonstra que, por vezes, a especialização é um factor diferenciador.
Certamente que depois do rapaz dos Pastilhas este é o mais famoso Luis de Barcelona.

25 outubro 2006

Na Rota das Tascas 11

O conceito de tasca é universal. Seja em Carnaxide, Massamá, Sete Rios ou no Bairro Gótico de Barcelona, uma tasca é sempre uma tasca.
Nas vielas escuras e cinzentas deste bairro, por entre os imponentes edifícios de pedra, há pequenos recantos que iluminam a nossa passagem e que não nos deixam prosseguir sem fazer uma paragem.
Do lado de dentro do balcão está o Judas que nos convida a um brinde. Qual tasca? Isto é uma cerveceria. Tascas é lá na vossa terra.

O Amor

Acho que a maior raridade neste automóvel é o P do Automóvel Club de Portugal encastrado, com dois parafusos, na parte traseira da viatura.
E os sinais de modernidade estão bem patentes no vanguardista e obrigatório colete verde fluorescente a forrar o "assento" do pendura.

17 outubro 2006

Pérola ou Vergonha 3 - Match Day

Numa altura em que a Konami se prepara para lançar mais uma edição, desta vez a sexta, do melhor jogo de futebol da actualidade, o Pro Evolution Soccer, nada como relembrar e prestar homenagem àquele que foi o pioneiro deste género de jogos.
Ainda no velhinho ZX Spectrum eram tardes inteiras de glória a comandar os destinos da grande equipa da altura, o Ritman Rovers, que muitos teimávam em transformar em Benfica, Sporting ou Porto consoante as preferências.
Longe, muito longe, do realismo que os jogos actuais nos transmitem tinha outro sabor descobrir cada novo movimento e cada nova finta daqueles bonecos que se mexiam a passo de tractor mas que eram exímios no jogo aéreo, e quase sem saltarem do chão.
Realmente o importante não é o que temos mas sim aquilo que conseguimos fazer com o que temos. Pena é que já não tenhamos tanto tempo como na altura tínhamos.

12 outubro 2006

Velhos são os trapos...

Esta malta continua em grande forma. Por mais projectos que lancem individualmente ou com outros grupos nada faz esquecer o Trovante.
Por mais Alas e Filarmónicas é aqui a Casa do Gil. E é nesta casa que o Represas se solta muito acima e muito longe do Represas a solo, mais frio, com menos ritmo, repetitivo e muito previsível, que conhecemos.
Devia ser obrigatório, como nos Campeonatos do Mundo, esta malta reunir-se de quatro em quatro anos.

11 outubro 2006

Na Rota das Tascas 10

Chama-se Norte. A tasca, não é a miúda. A miúda chama-se Marisa. Não canta mas encanta. Fica em Massamá.
É a primeira tasca que se encontra ao entrar pela zona industrial. Curiosamente é o ponto de encontro de todo o pessoal que trabalha para a TV Cabo. Quem quiser uma box, um cartão, uma tomada extra, qualquer coisa encontrou o local certo.
Tou a brincar. O pessoal da TV Cabo não passa por aqui. Estou a fazer confusão. Esta tasca nem tem TV Cabo.
Imaginem o sarilho em que me estava a meter. Tenho que ter algum cuidado com estes posts. Das duas uma. Ou espantava o pessoal da TV Cabo ou aumentava exponencialmente a clientela. E não quero nem uma coisa nem outra.
O pessoal da TV Cabo não se pode espantar porque sempre se pode precisar de alguma coisa e é bom saber onde se pode ir.
Aumentar a clientela tornaria esta tasca infrequentável pois o espaço não o permitiria. E, já agora, para que não se perca tudo, às quintas feiras há cozido.

Na Rota das Tascas 9

Esta não é uma tasca nem o Besouro se está a tornar burguês mas é um local de culto onde se bebem das melhores imperiais que a cidade de Lisboa serve.

O Besouro também tem de ser cultura e a cultura obriga-nos a procurar os locais de culto.

Um olhar atento à garrafeira desmascara toda e qualquer tentativa de fazer passar este local por uma tasca. Tem mais quantidade, qualidade e variedade que as outras 8 tascas juntas.

O grande problema é que este local, ao contrário dos outros oito, é muito mal frequentado. Lembro-me de ter encontrado aqui um individuo de nome Wagner Love logo após a final da Taça UEFA de 2003. É verdade lagartagem foi aqui que ele se escondeu. Ainda a ferida doía, ainda o homem não arrefecera e já aqui estava. Provavelmente na mesa do Eusébio que lhe deu guarida e ainda lhe pagou uns camarões e umas geladinhas antes dele regressar ao gelo moscovita. Nunca um brasileiro imaginou que vinha a Portugal buscar uma Taça UEFA ao Lumiar e ainda ia beber uns copos à pála em Sete Rios. Por estas e por outras estórias gloriosas esta tasca, perdão, local mal frequentado, tem honras de roteiro no Besouro.

09 outubro 2006

Trovante ao vivo

Para todo o Mundo, em directo, aqui, dia 12. E sexta feira 13, perca os preconceitos.

03 outubro 2006

Ainda a passada de tractor

Ao pesquisar o arquivo documental da Câmara Municipal de Lisboa dei com esta fotografia de 1939.
Trata-se das obras com vista à abertura da avenida Infante Santo que liga o Largo da Estrela à Avenida 24 de Julho. E agora percebo também a expressão "metes a passada de tractor e é até lá acima". Agora sim faz todo o sentido.
Estava também longe de imaginar que foi necessário deitar o aqueduto abaixo para construir esta avenida.
Ao longe conseguimos vislumbrar parte da copula da Basílica da Estrela.

Deixem jogar o Mantorras

O CM não pára. Depois de ontem nos ter alertado para o perigo de comermos coelho bravo por causa de um vírus qualquer hoje desmente a relação entre a Filipa Gonçalves e o Mantorras. Podia ter desmentido que o Fernando Santos e a Odete Santos eram casados ou que o Cristo Rei afinal não caíu ou que o atentado terrorista que prevê rebentar com a ponte sobre o Tejo na próxima sexta feira à noite já foi desmentido mas não. Prefere desmentir que o sonho do Mantorras era ser pai do neto do Nené.
O que vale é que esta semana há um Jackpot de 68 milhões de Euros no Euromilhões. A não ser que amanhã o CM desminta.

02 outubro 2006

Não pode...

Fiquei estupefacto com a notícia de hoje do Correio da Manhã. E eu que me fartei de comer isto durante o último ano e nem sabia o perigo que estava a correr.
Bem assadinhos na brasa, com feijão ou à caçador. Espero sinceramente que a notícia não tenha fundamento que seja mais um exagero do CM e que possamos continuar a comer o belo coelhinho bravo.

Rush hour

O Ferro da Maria

O Ferro da Maria é do Sérgio Fonseca? Mas então é da Maria ou do Sérgio? Ou será que é só a Maria que é do Sérgio? Mas se for só a Maria de quem é o Ferro? Ou será que é o Ferro e a Maria? E para o caso de ser só o Ferro que mais da Maria é que é do Sérgio Fonseca?

O que ontem era mentira, hoje é verdade.

Este é o homem que afirmou que hoje vai defrontar um dos candidatos ao título. Este é o homem que sempre afirmou que o Braga não era candidato ao título. Será que o passou a ser depois deste homem ter saído de lá? Ou será que este homem nunca passou por lá?

Vai uma aposta?

O Sporting hoje vai ganhar por 3 motivos. 1 - Alguém tem de ver o que o João Ferreira não viu contra o Paços de Ferreira; 2 - O jogo é às 19.15 e dá na TVI. Ajudar o Sr. Paciência em horário nobre dá muito nas vistas; 3 - A Floribella é só depois das 21.

25 setembro 2006

Começa a faltar paciência

Eu já não digo mais nada...

A brincar, a brincar

O Paulo Jorge já é elemento indispensável no meio campo do Benfica. Não se via um jogador destes desde os tempos em que um tal de Vítor Paneira chega a titular do Benfica vindo de suplente do Vizela.

24 setembro 2006

Na Rota das Tascas 8

Ainda em Mafra, numa localidade chamada Alcainça, e mesmo junto ao desvio para a Carrasqueira e para a Quinta das Pegas, um local sempre a visitar, fica mais um monumento à cultura tradicional portuguesa. Uma tasca de beira de estrada onde o passado convive paredes meias com o presente. Aqui a tradição não é esquecida e, para além do sempre indispensável e quase obrigatório tributo ao Glorioso, que fica sempre bem em qualquer tasca, visível num bonito prato relógio, há duas placas fúnebres que imortalizam os fundadores da casa. Num primeiro e desatento olhar poder-se-à pensar que foram furtadas a um qualquer cemitério mas não. As placas, independentemente de terem sido produzidas por uma agência funerária, são genuínas deste local e adquiridas expressamente para aqui serem colocadas. A saladinha de orelha estava apetecível e só não foi provada porque do alto da mais elevada prateleira estava a tal guarda de honra, perpetuada nuns olhares inquisidores que convidavam a pensar duas vezes antes de algum movimento mais afoito.

Parabéns Zé

O meu amigo Zé Carlos mudou de casa. E para comemorar o evento convidou-me para um belo repasto na sua nova aquisição. Bem hajas Zé e parabéns pelo novo lar.

Na Rota das Tascas 7

O nome desta tasca tem algo de curioso. Chama-se Vitória Cadete e é tão somente o nome da senhora que está atrás do Balcão. Até porque Vitória e Cadete são dois nomes que não ligam bem entre si.
Certamente que todo o pessoal que trabalha no edifício das Finanças em Mafra deve conhecer esta tasca que, apesar do espaço exíguo, tem 6 lugares sentados e servia hoje uma bela feijoada confeccionada em fogão de campismo ou umas iscas cujo cheiro da fritura alastrava a todo o quarteirão.
Os contribuintes de Mafra poderão encontrar no vinho a copo servido de uma garrafa de litro e meio de água do Fastio a explicação para os eventuais erros no apuramento dos valores a pagar ou a receber na sua declaração de IRS.

18 setembro 2006

Na Rota das Tascas 6

A tasca do Álvaro é um corredor cuja dimensão depende do estado físico de quem o percorre. Pode ser longo ou curto consoante a capacidade física do atleta. Sim, porque aqui o esforço contínuo de levantar e baixar o copo vai deixando as suas mazelas e só uma preparação física adequada consegue manter o ritmo de jogo.
Fica na Venda Seca embora o nome do lugar não corresponda à divisa da casa. É, aliás, um insulto a quem se esforça por irrigar as goelas mais sequiosas.
A D. Irene, esposa do Álvaro, é quem faz as honras de um casa que tem meia dúzia de fregueses que pela sua fidelidade conseguem que esteja sempre à pinha. O Álvaro vai aparecendo, sempre que é solicitado ou quando as condições climatéricas e o estado de espírito o permitam.
Gostaria de chamar à atenção para a disposição das cadeiras em forma de anfiteatro romano. A mesa serve, tão somente, para pousar o copo e o braço. A decoração é típica da zona onde o chocalho assume um papel de destaque mesmo por baixo das garrafas de tinto de 5 estrelas. Há que colocar as coisas no seu devido lugar.

Garanto que não é perseguição mas aposto que o Braga hoje não ganha.

13 setembro 2006

Ambição

A qualificação para a segunda fase da Champions League consegue-se em 3 tempos, ou seja em 9 pontos.
Em termos práticos são 3 vitórias e hoje o Benfica desperdiçou a oportunidade de conseguir completar um terço do caminho.
Poder-se-à dizer que depois das incidências deste turbulento início de época era estratégico para a equipa não perder hoje. Só o futuro o dirá se hoje, em Copenhaga, a falta de ambição fez perder dois pontos ou ganhar um.
Mas a qualquer benfiquista mais do que o resultado desta noite o que realmente custou foi ver uma equipa completamente à deriva dentro de campo. Não há um jogador que consiga fazer um passe curto para a frente. O meio campo esconde-se atrás de uma enervante falta de categoria, ou quiçá de força, para assumir o jogo. E estamos a falar de um meio campo com um campeão europeu, dois vice campeões europeus e o Paulo Jorge. E não adianta dizer que a culpa foi do Paulo Jorge. Só porque é português? O Vítor Paneira era suplente do Vizela quando chegou ao Benfica para ser titular. Deixem jogar o Paulo Jorge.
Talvez tenha faltado aqui um maestro mas acho que faltou mais que isso. Faltou atitude, faltou autoridade, faltou assumir as responsabilidades, faltou assumir o favoritismo, faltou ambição, faltou coragem, faltou liderança. Ou se calhar somos nós que continuamos a achar que somos o melhor clube do mundo.
Lembro-me que o ano passado quando empatámos em Manchester também falámos em falta de ambição e houve quem pedisse a cabeça do treinador, na altura Ronald Koeman. Lembro-me que quando fomos a Paris jogar com o Lille e na equipa titular estavam 8 defesas falámos em falta de ambição e contestámos o treinador, ainda Ronald Koeman. Acabámos por perder em Barcelona e mais uma vez falámos em falta de ambição. Por tudo isto e por estar no clube mais exigente do mundo a tradição joga a seu favor Sr. Engenheiro. Mas que isto não se repita.

Haja coração

11 setembro 2006

Carta aberta ao Mister Augusto Inácio,

Ó Mister tenha paciência, até parece que você não andou por lá. Você que é “um homem do futebol”, que sabe bem o que lá se passa vem para a televisão dizer que foi roubado? Ó Mister o jogo de ontem foi contra a equipa do Sr. Paciência. E o Sr. Paciência foi um pupilo seu. Lembra-se dos tempos em que era co-adjunto do Sr. Robson juntamente com o Sr. Mourinho? E o Sr. Paciência não caía na área da mesma forma que o Songo caíu ontem? E o que é que o Mister fazia? Dizia que o Sr. Paciência era batoteiro? Que era um enganador? Claro que não. Ó Mister tenha calma. O campeonato ainda ontem começou e o Mister a falar desta maneira contra o Sr. Paciência arrisca-se a ir parar a onde veio. À Honra. Ó Mister são só 3 pontos e afinal o Sr. Paciência joga em casa. E o Sr. Paciência tem que ser ajudado porque está a dar os primeiros passos na primeira liga. E não pode perder 2 jogos seguidos senão o Sr. Bartolomeu devolve-o ao Sr. Costa e depois o que é que o Sr. Costa faz com ele? Já não tem equipa B. Ó Mister tenha calma. Você está no bom caminho. Se os Super Dragões fizeram a folha ao lampião do Jesualdo você tá lá. Agora insinuar que o Sr. Paciência foi ajudado pode fazer perder a paciência ao Sr. Costa.Comporte-se Mister. Faça de conta que não foi nada. Além disso ninguém viu. Estavam todos a ver a Floribella.
Atentamente,
O besouro

10 setembro 2006

O eucalipto 2

Lembro-me quando era mais miúdo (não sei se repararam no advérbio "mais" mas fica o parêntesis para os mais distraídos) de uma tira da Mafalda em que ela dizia, meio preocupada, "como é que conseguimos ir dormir descansados sabendo que existem 100 milhões de chineses que estão a acordar".
A verdade é que ainda existe gente que se está a borrifar para esses chineses e consegue aproveitar o sono dos justos. Haja ou não folhas de eucalipto.

Na Rota das Tascas 5

Se houver por aí alguém que conheça alguma tasca que utilize o estacionamento do passeio para colocar o grelhador respeitando a distância mínima para as bilhas de gás que diga já ou se cale para sempre.
Este é o Ramos, uma das melhores tascas de Massamá por dois motivos. Está aberta ao domingo e tem uma churrasqueira a funcionar em permanência no passeio.
Mas de que vale ter uma churrasqueira a funcionar no passeio se não se tiver matéria prima? E o Ramos tem. Não estou a falar de madeira nem de carvão mas sim de entremeadas, entrecosto e uns belos passarinhos daqueles que se apanham com ratoeiras.
O Ramos, não me perguntem o nome oficial porque não faço ideia, é a chamada tasca com uma estratégia one-to-one, em que a oferta é direccionada a cada cliente, estilo self service. Chega-se lá, pede-se o que se quer e tem-se a possibilidade de se temperar e assar a gosto. Mais piri-piri, mais sal, mais seja o que for, é chegar e pôr a assar. Porque a brasa está sempre a funcionar.