15 janeiro 2007

Ser do Atlético desde pequenino

O besouro tem andado ausente e impedido de comentar os principais acontecimentos da vida social e desportiva. Mas não pode, apesar de desfazado no tempo, deixar sem um comentário a brilhante vitória do Atlético no Dragão. Por dois motivos. Primeiro porque foi no Dragão e depois porque foi o Atlético.
Como lisboeta bairrista há duas coisas que não se pode deixar de ter como referência. Uma marcha na Avenida e um clube na nossa rua. A marcha é a de Campo de Ourique e o clube é o Atlético. Podia ser os Combatentes, o SUFS ou o Domingos Sávio mas pela história, pelo costume, pelos hábitos, pela competitividade e pela tradição foi o Atlético. Nas tardes soalheiras de domingo era só descer a Possidónio da Silva e ir apanhar a Maria Pia a Alcântara. Daí à Tapadinha era um pulo.
Jogava-se a 2ª divisão zona sul e haviam jogos verdadeiramente empolgantes. Um Atlético-Sintrense ou um Atlético-Barreirense valiam mais que qualquer Benfica-Riopele ou Benfica-Recreio de Águeda. A bancada dos sócios, com vista para a ponte sobre o Tejo, o sol a bater na relva e as famosas "almofadinhas prá bola" impedindo o duro contacto do betão húmido com a ganga. Já para não falar da bifana e da entremeada regada a mine no intervalo dos jogos. E o que dizer da Cervejaria Palácio que oferecia um jantar para duas pessoas ao marcador do primeiro golo do Atlético. Luxos que nem em Stamford Bridge existem.
Normalmente o regresso a casa, como era a subir, fazia-se de 38 desde o Largo do Calvário porque, na altura, ainda não havia passada de tractor nem pulmão que aguentasse.
Os momentos que esta vitória relembrou e principalmente a comemoração da mesma voltou a fazer sentir os verdadeiros dias do futebol.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tão bom como um jogo do Atlético, assistido ao vivo entre toda aquela multidão cuja idade média rondaria, talvez, os 70 anos (mas com um fervor clubístico só comparável ao do Barbas, dos vermelhões)só mesmo um jogo de basquetebol ou andebol, ou ainda futebol de salão no mítico salão do Atlético. Eu gostava especialmente desses jogos já que 9 em cada 10 eram concluidos com pontapés entre jogadores, entre jogadores e árbitros, entre jogadores, árbitros e público (e aqui se vê que em Alcântara não há discriminações... afinal, saltava para o ringue tanto uma criança de 15 anos como uma velha de 70! O importante era que fosse para tentar espancar alguém!. Depois era só aguardar uns 30 minutos pela policia, e a festa chegava ao fim! Aí vinham as sandes de courato e o regresso a casa!

Anónimo disse...

ó pá. isso é q eram tempos.
olha...... saudinha.

besouro disse...

E o Atlético só não é maior por causa da ponte. Se o Salazar não se lembrasse de a construir e destruísse meia Alcântara desalojando metade da massa associativa do Atlético para a linha de Sintra, onde fundaram o Atlético do Cacém, hoje o Atlético rivalizaria em dimensão e palmarés com os pastéis.